
Adeus Brasil. Hello Braziu!
Portugal criou o Brasil, e o Brasil cresceu, mudou de nome e culpa-nos por tudo. Está na hora de aceitar o fim da relação e deixar o Braziu seguir o seu caminho… com todos os seus Kevins, bagulhos e “ficantes”.

Portugal criou o Brasil, e o Brasil cresceu, mudou de nome e culpa-nos por tudo. Está na hora de aceitar o fim da relação e deixar o Braziu seguir o seu caminho… com todos os seus Kevins, bagulhos e “ficantes”.

Portugal já não exporta vinho, cortiça ou sardinhas, exporta unicórnios de papel. Inventámos a startup sem produto, o capital de risco sem risco, e o empreendedorismo com subsídio. Este é o país onde o PowerPoint vale mais do que o protótipo… e o contribuinte paga a conta com um sorriso institucional.

Mariana Mortágua despediu-se da liderança do Bloco como entrou: punho no ar, discurso em riste, e convicção de que está sempre certa. Deixa um partido mais pequeno, mais barulhento e mais fiel ao protesto do que à proposta. Um retrato para a parede, um legado para rodapé.

Montamos carros com zelo, exportamos milhões com orgulho… e ficamos com as migalhas. A Autoeuropa é o nosso milagre industrial: alemão no lucro, português na despesa. E se um dia fechar? Talvez deixem as chaves na portaria com um bilhete: “Foi bom enquanto durou.”

O Dia de Todos os Santos, os Fiéis Defuntos e o tradicional Pão-por-Deus coexistem hoje com abóboras iluminadas, doces importados e morcegos fluorescentes. Em Portugal, a memória dos mortos cede cada vez mais espaço ao marketing do Halloween. Entre flores de plástico e velas a pilhas, o espiritual dá lugar ao decorativo, e o recolhimento transforma-se em consumo disfarçado de tradição.

Portugal aposta tudo no turismo e transforma-se num destino cada vez mais dependente, desigual e frágil. Sol, mar e lucro fácil à superfície, mas com custos escondidos para quem cá vive.

Entre a glória do sacrifício e o ridículo da homenagem, Martim Moniz dá nome a uma praça onde tudo acontece, menos respeito pela História. Um herói nacional esmagado pela porta da Reconquista, e hoje... soterrado entre kebabs, t-shirts do Bangladeche e espetáculos subsidiados de inclusão cultural.

Entre morangos e estatísticas, Portugal troca tecnologia por mão de obra barata, aplaude exportações e chama a isso desenvolvimento sustentável.

Despertámos com um país que se convenceu de que a imigração é uma máquina de fazer dinheiro: entra TSU, sai milagre, e o resto que se arranje. Em dez anos, passámos de contingentes discretos para uma vaga que nos vendem como salvação da Segurança Social — enquanto ninguém explica quem paga casas, escolas, médicos, transportes e polícia.

Quinto Sertório, general romano e primeiro gestor de crise da Lusitânia, percebeu em poucos meses aquilo que levámos dois milénios a não admitir: o português é ingovernável por natureza, mas extremamente eficiente a criticar quem tenta governá-lo.